No artigo abaixo, explicamos quais são os principais motivos para capotamento de trator e falamos sobre quais são as maneiras de evitar acidentes e proteger operadores de lesões graves. Caso queira ler o guia depois, baixe gratuitamente pelo formulário abaixo:
Capotamento de trator é uma das principais modalidades de acidente no setor rural, o que vem gerando imensa preocupação para setores de regulamentação estatais e para gestores de frotas que buscam maior segurança no campo. Ainda pior, alguns dados (exibidos no artigo abaixo) mostram que a maior parte dos acidentes é em pequenas e médias propriedades.
Neste artigo, exploraremos as principais causas para capotamento de máquinas pesadas e tratores. Confira:
O capotamento de trator é causado pela perda de estabilidade decorrente de inclinação elevada ou movimento brusco de alta velocidade, o que faz com que o centro de gravidade do equipamento saia do eixo e o desequilibre.
Tratores não são veículos usados para alta velocidade, mas dependem de grande potência para bom desempenho das funções agrícolas.
O tombamento é determinado pela perda de estabilidade do trator definido pela distância entre eixos e bitola. Tratores e máquinas mais estreitas possuem maiores riscos de tombamento.
O empinamento, também conhecido por tombamento para trás, ocorre por tracionamento de implementos fora da barra de tração com pontos de engate muito elevados, por tentativas de puxar tocos de árvores ou objetos fixos com marcha para frente e carga acima do peso do trator.
Os empinamentos costumam ser muito rápidos, mas são potencializados por problemas no sistema de freio e estrutura de proteção na capotagem danificada.
A Organização Internacional do Trabalho ( OIT ) mostrou em estudos recentes que a utilização de máquinas agrícolas é uma das três atividades mais perigosas para trabalhadores. A cada três acidentes no meio rural , um causa a incapacidade permanente do indivíduo.
No Brasil, o artigo 131 do Decreto nº2.172, de 5 de Março de 1997, define acidente de trabalho no meio rural como aquele que ocorre na realização do trabalho rural, a serviço do empregador, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou redução permanente ou temporária da capacidade de trabalho.
O acidente é considerado grave quando resulta no afastamento do trabalhador de sua atividade por um período igual ou superior a 15 dias.
De acordo com outro estudo , aproximadamente 40% dos acidentes ocorridos no setor agrário da Espanha e demais países europeus envolvem máquinas agrícolas e mais da metade são por uso do trator.
Resumidamente, os dados de diversas fontes (linkadas neste artigo) sobre acidentes agrícolas incluindo capotamentos são:
Existem essencialmente dois tipos de capotamento: tombamentos laterais e empinamentos. Veja, abaixo, como ocorrem e como são definidos.
Pode ocorrer também em caso de movimento brusco de alta velocidade em terreno nivelado, mas ocorre mais facilmente em terrenos inclinados.
Também pode ser por afundamento das rodas traseiras na lama, deslocamento e frenagem brusca em alta velocidade, presença de pedras e outros obstáculos que se encontrem no percurso do trator.
Ocorre em três passos:
Dá-se então o nome de tombamento lateral quando a ação é finalizada e o veículo estiver ao chão.
O empinamento é visto sob uma análise geométrica que determina se o trator empina, não empina ou está próximo de empinar.
As condições são:
Importante observar que a análise apenas determina se o trator está empinando caso não seja considerado o movimento de giro no sentido horário das rodas traseiras.
Para aumentar a estabilidade longitudinal dos veículos e melhorar a dirigibilidade, pode-se realizar o lastreamento frontal do trator agrícola e aumentar, sempre que possível, a distância entre os eixos.
Essa última ação é especialmente recomendada caso ocorra em um centro gravitacional mais baixo do conjunto trator-implemento (como uma semeadeira, por exemplo).
O Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional Americana estima que seja possível reduzir 70% das lesões por capotamento de tratores nos EUA se os equipamentos estivessem com estruturas de proteção contra capotamento e se os operadores utilizassem o cinto de segurança.
Nome dado aos sistemas de proteção do condutor ao capotamento nos tratores agrícolas. Podem ser usados em forma de quatro ou dois apoios.
É instalado diretamente sobre o trator, com a finalidade de evitar ou limitar riscos para o condutor em caso de tombamento durante a operação.
A eficiência é estabelecida com o cinto de segurança. Caso o operador não esteja com o cinto de segurança no momento do capotamento do trator, ele poderá ser arremessado e esmagado pela própria estrutura de proteção ou veículo.
O cinto de segurança garante a fixação adequada do condutor durante o tombamento, mas também permite mobilidade adequada para desenvolver o trabalho em condições normais.
De acordo com a Norma MERCOSUL ISSO 6683:2007, as partes que fazem o cinto de segurança são:
O material do cinto deve ter largura mínima de 45mm, com comprimento ajustado de acordo com o operador. O tecido deve ser resistente à abrasão, temperatura, ácidos leves, álcalis, bolores, envelhecimento, umidade e luz solar para garantir uso seguro contínuo a longo prazo.
A norma NR31 afirma que máquinas e equipamentos móveis motorizados só podem ser utilizados caso possuam estrutura de capotamento e cinto de segurança.
Mais informações sobre o uso de equipamentos de segurança em tratores e máquinas podem ser encontradas na lei nº532 de 2003.
O Serviço de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP tem realizado, desde junho de 2007, um levantamento sobre acidentes com tratores na região rural de Botucatu – SP .
O estudo foi acompanhado pelo professor Dr. Gilberto Cação Pereira, que focou nos casos atendidos no hospital.
Segundo o professor Gilberto, 65% dos acidentes ocorreram por trator, sendo a tomada de potência a maior causa de acidentes, com 51% dos casos totais.
82% dos operadores envolvidos tiveram sequelas permanentes, além de terem tempo de internação médio de 45 dias.
85% dos operadores acidentados afirmaram não terem recebido treinamento ou orientação para operação com a máquina.
Entrevistas realizadas com os próprios profissionais do estudo mostraram que as maiores causas para ocorrência de acidente foram: falta de atenção e conscientização (51%) e falta de treinamento e orientação (25%).
Capotamentos, tomadas de potência e quedas foram os acidentes mais frequentes e com maior número de lesões graves. Cerca de 78% dos acidentados eram pequenos e médios produtores rurais.
Apesar da estabilidade de tratores ser analisada desde a década de 20, foi só a partir da década de 60 e dos avanços da mecanização agrícola ao redor do mundo que um volume considerável de dados começou a ser agregado de fato.
Em um estudo sobre acidentes de tratores no Rio Grande do Sul , foram analisados diferentes fatores, incluindo o grau de incidência dos acidentes com tratores agrícolas.
Os dados apresentados mostraram que 39% dos operadores entrevistados já haviam sofrido acidente, leve ou grave, com as máquinas.
De acordo com os autores, esses dados reforçam as conclusões comuns de outros estudos que o trator agrícola é uma das máquinas mais envolvidas em acidentes rurais, cerca de 20% dos casos na agricultura.
Na Depressão Central do Rio Grande do Sul, o acidente grave de maior ocorrência é o capotamento de trator, englobando 51,71% dos casos relatados.
Outro artigo acadêmico relata casos de acidentes com tratores, você pode lê-los aqui.
Abaixo, uma lista breve com diferentes acidentes relacionados a tratores e máquinas agrícolas, como colheitadeiras :
Além do tombamento e capotamento de máquinas, outro mecanismo causando grande número de acidentes fatais ou lesões graves e irreversíveis é a utilização de equipamentos acionados pela tomada de potência do trator, conhecido pela sigla TDP ou TDF.
O eixo cardãn transmite a potência do motor do trator para o acionamento de implementos equipados. Quase todos os acidentes ocorridos em decorrência desse eixo poderiam ser evitados caso os operadores tivessem mais consciência na utilização do equipamento.
Inúmeros mecanismos de proteção para esses eixos estão disponíveis, a maioria vem inclusa ao equipamento na aquisição, mas durante a operação costumam quebrar e não são substituídas.
Outro erro comum são as improvisações, como o uso de vergalhões, pregos, arames e outros mais, no lugar de pinos na união das extremidades dos eixos dos tratores e implementos.
Uma prática muito comum no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil é o deslocamento de máquinas em estradas e rodovias, causando inúmeros acidentes graves e fatais pelas rodovias.
Extremamente comum na época de safra, as máquinas agrícolas , tratores e outros equipamentos pesados normalmente ocupam metade da faixa de rolamento, o que traz risco iminente para usuários de outras vias (contrárias ou paralelas).
O certo é realizar o transporte de máquinas pesadas através de frete por empresa especializada.
O uso dessas máquinas em ambientes urbanos também tem causado sérios acidentes nos últimos anos.
Especialmente comuns entre operadores. A carona surge para facilitar o deslocamento até o local de trabalho. Com isso, indivíduos sobem nos paralamas do trator, ficam em pé nos degraus, nos braços do terceiro ponto etc.
Assim, ocorrem muitos casos de atropelamento por quedas de cima do trator. Acidentes com crianças são especialmente recorrentes no ambiente rural, pois elas se deslocam sobre os paralamas, já que não há espaço dentro do trator para acomodá-las de maneira segura.
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